20.4.11

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One Day in Harlem (1994) 

A dica hoje não é só musical, tem cinema, fotografia, design e arte. Para quem gosta de jazz, é o ouro. Para quem quer conhecer melhor, uma dobradinha perfeita. Indicado ao Oscar de melhor documentário, o longa ‘One Day in Harlem’, de 1996, do americano Jean Bach, conta uma história ao mesmo tempo simples, surpreendente e histórica. O ponto de partida é uma superfoto tirada em 1958 com nada menos que 57 pesos pesados do jazz da época juntos na entrada de um prédio em NY. No mesmo enquadramento, representantes do dixieland, swing e bebop de três gerações, de Thelonious Monk a Art Blakey passando por Charles Mingus, Coleman Hawkins, Sonny Rollins e Count Basie.  O responsável pela façanha de juntar todos às 10h da manhã no meio de uma rua no Harlem em um dia de verão foi o fotógrafo Art Keane, freelance da Esquire Magazine. E nada mais jazz do que entender como ele conseguiu: a ideia inicial era bem mais tímida, mas circulou rápido, amigos foram se falando, todo mundo morava perto e... de repente estavam todos lá, por que não? Perfeito para quem está começando a conhecer melhor o jazz, 'One Day in Harlem' costura minidocs a partir de detalhes da foto e de seus personagens. Depois de ver tanta gente boa tocando, é só escolher os preferidos e partir para o garimpo de discos. 

Abaixo, tem um trecho do documentário; se quiser ver o filme inteiro, só ir direto nesse link que divide o doc em sete vídeos. O site do filme também vale uma visita, é bem completo com biografias e principais discos dos 57 músicos. Escolhi para playlist clássicos do Thelonious Monk, disparado um dos destaques do filme. Presta atenção nos seus óculos com haste de bambu e no estilo de escorregar os pés enquanto toca. Além de gênio do piano, figuraça! Recomendadíssimo. 




Segunda parte da dica jazz-arte do blog é um daqueles livros obrigatórios para se ter na estante da sala. Pequeno, bom de folhear, nem tão caro, 'Album Cover Art - The Ultimate Collection' traz 400 capas de álbuns clássicos do Blue Note, a grande maioria de Reid Miles com fotos de Francis Wolf, naquele estilo meio Bauhaus inconfundível que acabaria virando marca registrada da gravadora e copiado até hoje. Inspirado no livro, fiz o meu top 10. Os critérios foram importância do disco, o design, a tipologia, a foto, e como tudo isso se relaciona com o conceito do álbum. Tem de John Coltrane a Lee Morgan, de Donald Byrd a Blue Mitchell.

Reid Miles ficou na Blue Note de 1956 a 1965, foi designer de revistas como a ‘Esquire’, ajudou a modernizar a publicidade nos EUA e depois trabalhou como fotógrafo até sua morte em 1993. Curiosidade é que Miles não era grande fã de jazz e doava para os amigos grande parte dos discos que ganhava com dedicatórias.

A playlist feita com repertório dos dez álbuns é para embalar esse show de formas e cores num dos melhores casamentos entre design, arte, música e jazz da história. Para melhorar a viagem, tem os slides no Flickr. Se quiser ir mais longe, esse site japonês tem galeria com centenas de capas da Blue Note. Feel de music and the art. 
 

A New Perspective - Donald Byrd (1963)


Go – Dexter Gordon (1962)


Cannonball Adderley - Somethin’ Else (1958)


 
Hank Mobley – No Room For Squares (1963)



Lee Morgan – Evolution (1963)



Lee Morgan – The Sidewinder (1964) 



Kenny Burrell – Midnight Blue (1963)



The Jazz Messengers at the Cafe Bohemia (1955)




Blue Mitchell – Boss Horn (1966)



John Coltrane – Blue Train (1957)
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