22.2.11

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Sharon Jones - Dap Dippin' with the Dap-Kings (2002)

Sharon Jones impressiona logo de cara pelo visual retrô totalmente black anos 60. O som é um soul-funk com pegada Aretha Franklin misturado com Tina Turner (na fase Ike) e Betty Davis (ex-mulher de Miles); os clipes em preto e branco têm estética blaxpoitation; o look e as roupas são totalmente vintage... não resta dúvida, é uma soulwoman obscura agora redescoberta. Nada. Sharon é americana, 54 anos, ex cantora de igreja e só explodiu nos anos 90. Já os Dap-Kings são músicos da Daptone Records, gravadora de NY com várias lançamentos recentes de altíssima qualidade, e têm no currículo nada menos que o 'Back to black' com Amy Winehouse. ‘Dap Dippin' é o primeiro álbum oficial de Sharon. Depois vieram mais três CDs, todos seguindo a mesma veia groove, ‘Naturally’, ‘100 days’ e 'I learned the hard way'. Busca no YouTube e sente o clima dos shows recentes na Europa. Bailão black de primeira. 


Jam da Silva – Dia Santo (2009)

Jam da Silva está só no primeiro disco, mas sua estrada é longa. O percussionista pernambucano é criador junto com DJ Dolores da elogiada e super rodada no exterior Orquestra Santa Massa, tem parcerias com Marisa Monte, Marcelo Yuka e com o conterrâneo Junio Barreto. O independente ‘Dia Santo’ está na lista dos melhores álbuns de 2009 e teve primeira tiragem esgotada. O som é moderno, misturado e percussivo até dizer chega, ou melhor, até dizer quero mais, quero ouvir no iPod, ver ao vivo. Após showzaços de lançamento no RJ e em SP, o disco acabou ganhando distribuição no exterior pelo selo Believe, de MC Solaar e Femi Kuti. São 11 músicas, participações de gente como Isaar, também ex-Santa Massa, do rapper francês Soba, e de Moussu T, do coletivo Massilia Soundsystem. São usados ao longo do álbum 30 instrumentos, tocados para valer sem sintetizadores ou samplers. Para ficar de olho e esperar ansioso o segundo disco.  

John Coltrane e Kenny Burrell (1958)

Que Jonh Coltrane é gênio, não se discute. Criou obras-primas do jazz, revolucionou os solos de sax tenor e hoje tem até uma igreja nos EUA. Já Kenny Burrell não é tão badalado, mas se você é guitarrista ou gosta de Wes Montgomery, Grant Green e Django Reinhardt, tem a obrigação de conhecer a obra desse americano de 80 anos, ainda vivo, em atividade e homenageado em 2010 no Grammy. Esse discaço de 1958 foi uma descoberta. Que bom que duetos e encontros inusitados entre astros do jazz eram uma constante na época. O álbum une os solos potentes de Coltrane com as linhas suaves de Burrell. E a Prestige ainda escalou uma banda de estrelas black dos anos 60 com nada menos que Paul Chambers no baixo, Jimmy Cobb na bateria, e Tommy Flanagan inspiradíssimo no piano. É um disco curto, pouco mais de 30 minutos, mas obrigatório na coleção.
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